sábado, 7 de março de 2009

É necessário estar sempre bêbado.

Tudo se reduz a isso; eis o único problema.
Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo, que vos abate e vos faz pender para a terra, é preciso que vos embriagueis sem cessar.
Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha.
Contanto que vos embriagueis. E, se algumas vezes, nos degraus de um palácio, na verde relva de um fosso, na desolada solidão do vosso quarto, despertardes, com a embriaguez já atenuada ou desaparecida, perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai-lhes que horas são; e o vento, e a vaga, e a estrela, e o pássaro, e o relógio, hão de vos responder: É hora de se embriagar!Para não serdes os martirizados escravos do Tempo, embriagai-vos; embriagai-vos sem tréguas!
De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha!

(Baudelaire)

quinta-feira, 5 de março de 2009

o telefone tocou novamente....

Oi...
Acho melhor não.

silêncio de 30 segundos


Sim.
Eu ainda estou aqui e ainda estou com raiva.
Ainda transbordo amor sem pausas.
Acho bom você ficar por aí, não quero aproximação.
Ainda estou revoltada com você e sem previsão de cura.
Satisfeito, era isso que necessitava saber?
Pois então, fique sabendo agora aquilo que sempre soube.
Tudo está explicito, sem risco de enganos
Eu não quero mais falar nada
tenho falado muita merda ultimamente.
Eu sei, sei mais que ninguém que também falo muita coisa certa.
Não interessa.
Quero que desligue o telefone agora
e não me faça mais promessas.

domingo, 1 de março de 2009

Largue o osso minha filha.
Há tantas paisagens
E em algum canto há de encontrar
boa carne para ser comida.
Largue o osso colombina
Tenha coragem
Levante a cabeça minha filha
Abra portas e janelas
deixe entrar a nova vida.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Vão ser sem mim suas próximas horas, seu choro, seu próximo gozo.
longe da minha calma, longe dos meus olhos seu choro, seu sopro, seu sono
sem mim seus planos, sem mim seus sorrisos
Não para mim seus olhares, não mais no meu travesseiro
não mais na minha mesa, no meu banheiro
Vão ser sem mim seus desesperos, seu medo e seu carnaval
Não para mim suas palavras, suas promessas, seus telefonemas
Nada mais para mim.
Nem seus próximos perdões
isso engasga, dilacera mata aos poucos, rasgando fundo e lento.
É ponta de faca roçando a nuca.
Esse nunca, nuca mais.



Eu sou dramática? Eu sou, sou.
Sou baixa, mesquinha, sou rampeira mesmo. E não vou calar a boca, nem vou falar baixo porra nenhuma. Eu sempre falei baixo com você. Sempre.
E o que que adiantou essa minha boa educação? Não adiantou merda nenhuma!
Eu não vou calar a boca. Vou gritar a noite inteira, a vida inteira nos teus ouvidos
E ainda vai ser pouco. Vou querer morrer e nascer de novo para gritar mais.
Eu não estou nem aí. Estou nem aí.
Você merece, merece muito mais. Um tiro no cú é o que você merece. Merece uma macumba para o seu pau cair podre.
EU NÃO VOU FALAR BAIXO Não estou nem ai para a vizinhança.
Tapem os ouvido, cambada de filho da puta. Estão todos rindo de mim.
Eu sou a cadela, a mal comida, a traída, a miserável.
À merda, ao inferno, à casa do caralho.
Talvez assim me entendam. Talvez. Me larga! Não toca em mim. Não quero saber dessa sua mão em mim. Essa sua vozinha mansa. Enfie no rabo essa sua vozinha mansa.
Se continuar segurando meu braço eu te parto a cara, eu arranco seus dentes.
Eu quero ver alguém beijar você assim. Só eu. Ouviu bem?
Só eu te amaria banguela, 20 quilos mais gordo, com chulé, pobre e fodido. Só eu. Só eu. Só eu . Só eu. Vê se entende. Eu te amo. Vê se entende meu grito. Vê se escuta. Você não escuta.
Eu estou desistindo... desistindo. Sabe o que é isso? É como se afogar.
Você nunca se afogou, eu sei.
Isso vai ser a última coisa que eu vou te explicar:
Seu corpo afunda sem o seu consentimento e depois numa esperança falsa ele procura a superfície. Mas entenda, é só para novamente te afundar.É assim. você vai engolindo água, debatendo-se, cansando, cansando... Acostumando-se com a morte. Mas se tiver sorte alguém te salva. Aconteceu comigo na infância. Por isso, agora não tenho a menor esperança.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Ela disse adeus. Disse assim, vacilante. Depois de ele forçar a barra para ela dizer a verdade. Ela disse que não queria magoar. Mas magoa, sempre. Hoje é dia...que dia? Quantos dias do carnaval? Será coincidência? Abismos de consciência?Quero te chamar de um monte de nome, mas não consigo. Você não merece. Mas merece. Ai...não sei de mais nada.Adeus.Adeus.Não sou tão pragmático assim, e aceitar que foi bom enquanto durou.Te amo, até o próximo carnaval!